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Inclusão no mercado de trabalho: contrate a pessoa e não a deficiência

georgee

Apesar das muitas informações e esclarecimentos disponíveis na mídia sobre a Síndrome de Down, o preconceito ainda existe no mercado de trabalho. Diariamente converso com empresas que precisam atender a lei de cotas e quando falo que trabalhamos com as pessoas com down,raramente recebemos um novo retorno ou visita.A inserção e inclusão de pessoas com SD no mercado de trabalho ainda é restrita, pois, dentro do universo das PcDs, os deficientes com impedimento de natureza intelectual e, dentre estes, as pessoas com SD, tendem a ser preteridos no momento da contratação.

O preconceito é a pressuposição de um conceito que cria um paradigma, normalmente equivocado uma vez que não vem de um conhecimento, mas de uma abstração sem a base de informações adequadas para tanto. A ideia de que uma pessoa com down não consegue render em uma organização é um exemplo de um preconceito equivocado.

Muitas empresas, equivocadamente, tentam contratar apenas pessoas com deficiência sem uma deficiência aparente. Além do risco dessa política se configurar como uma espécie de preconceito, ela não implica melhores resultados do que uma política de maximização das potencialidades das pessoas.

O que se busca proteger com a determinação legal para que pessoas com deficiência integrem o mercado de trabalho é o cumprimento de diretrizes constitucionais que visam inibir a discriminação, bem como cumprir a plena satisfação dos direitos fundamentais da pessoa humana.A busca das pessoas com deficiência é por oportunidade e não por assistencialismo nem paternalismo. A educação para a inclusão é o caminho para a construção de ambientes inclusivos.

Em todas as organizações, desde as menores até as globais, os motores de desenvolvimento, de inovação e de crescimento são as pessoas que as compõem. Independente do tamanho da organização, focar em bons talentos é essencial para a sustentabilidade do negócio.

A inclusão profissional da pessoa com SD não é apenas um direito constitucional, ela promove a continuidade e concretiza os resultados da estimulação da fase infanto-juvenil da pessoa com a referida síndrome, pois o progresso depende de um processo contínuo.O reconhecimento das pessoas com deficiência como cidadãos que têm direitos passa pela possibilidade de exercerem uma atividade remunerada, tornando-se trabalhadores e consumidores.Pessoas com deficiência quando têm asseguradas condições de trabalho que respeitem suas aptidões, habilidades e limitações são tão produtivas quanto qualquer outro trabalhador.

Avaliar o profissional com deficiência de forma equitativa, priorizando sua potencialidade e não sua limitação traz benefícios imensuráveis aqueles que trabalham ao seu redor.

Acreditamos que a liderança tem um papel fundamental para o projeto de inclusão dentro das organizações. E para chegar nesse objetivo é necessário seguir alguns passos. Veja quais são eles:

Pratique a inclusão capacitando todos os seus funcionários

Seja exemplo e mostre para a equipe a melhor forma de incluir as pessoas com deficiência. Ajude a delegar e cobrar,  permitindo o desenvolvimento das pessoas com deficiência dando suporte a elas. Liderar é diferente de chefiar: as pessoas seguem um líder pelas suas atitudes e não pelo seu cargo;

Vale ressaltar que estereotipar as pessoas com deficiência é prejudicial a gestão de um projeto inclusivo. Alegar que todas as pessoas com deficiência são competentes é tão equivocado quanto acreditar que todos são incompetentes. A gestão da inclusão deve ter consciência de que possuir uma deficiência não faz dele uma pessoa melhor ou pior, mas isso está ligado às suas características próprias enquanto pessoa e que a deficiência é meramente uma das condições daquela pessoa.

Para que a gestão da inclusão tenha o sucesso esperado é preciso respeitar a diferença, o que é particular a todas as pessoas, e, também, é necessário compreender que “diversos não são os outros, diversos somos todos nós”, nos dizeres de Reinaldo Bulgarelli.. A concepção de inclusão impõe a necessidade de ver que todos temos nossas diferenças e, também, semelhanças, sejam pessoas com deficiência ou não. É uma gestão inclusiva que permitirá a geração de valor agregado nas equipes com diversidade cultural.

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Fique atento às leis

Vale enfatizar que a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/20015), sedimentou na esfera da legislação o chamado modelo social de deficiência, ratificando o paradigma que anteriormente havia sido introduzido pela Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, da qual o Brasil é signatário.

Conforme estabelece o art. 2º da nova lei, “considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

Pela nova Lei a  deficiência tem caráter relacional, por consistir na interação de tais atributos com barreiras existentes no meio social, cujo resultado é a dificuldade ou o impedimento para o acesso e exercício de direitos em igualdade de condições com as demais pessoas.Segundo a  nova Lei a deficiência  é externa à pessoa, por advir da inacessibilidade encontrada no meio, que resulta em uma desvantagem econômica ou social para pessoas que estão fora do padrão de pessoa média, standard de pessoa. Em última análise, decorre da incapacidade de toda a sociedade em se organizar adequadamente para ensejar a convivência de pessoas que estão fora dos padrões dominantes.E, na medida em que se trata de um problema estrutural, é responsabilidade do Estado e de toda a sociedade eliminar os obstáculos existentes para que pessoas com limitações funcionais participem ativamente da vida em sociedade.

Dê oportunidades às pessoas com deficiência

As pessoas com down ainda padecem do sério mal da invisibilidade e, quando percebidas, as reações frequentes que despertam são de benevolência paternalista, pena ou até mesmo ojeriza. E as respostas às suas necessidades estão normalmente submersas em pudor excessivo, fruto de ignorância da sociedade em lidar com a questão.Mas esse quadro precisa ser alterado!

O primeiro passo na direção da inclusão se dá quando percebemos a existência do outro. E, conforme já afirmado, o mais duro de toda a problemática de aviltamento aos direitos das pessoas com deficiência ainda é a chaga da invisibilidade

Enfim, precisamos urgentemente quebrar e eliminar nossas barreiras atitudinais.Aguardamos o contato dos líderes que enxergam as pessoas e não a deficiência, pois só assim conseguiremos minimizar a invisibilidade social das pessoas com down.

Fontes:Egalite,MTE.

Por Leonardo Gontijo, idealizador do Portal Incluo e do Instituto Mano Down

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